Nesse processo, o ex-governador é acusado de corrupção e organização criminosa; operação investiga desvios de mais de R$ 20 milhões em obras de escolas públicas.

O juiz substituto Fernando Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, negou um pedido da defesa do ex-governador Beto Richa (PSDB) para anular um dos processos da Operação Quadro Negro, que investiga desvios de mais de R$ 20 milhões em obras de construção e reformas de escolas públicas.

O ex-governador questionava, por exemplo, a imparcialidade do juiz e afirmava que as decisões da Justiça foram movidas por perseguição política.

Richa é acusado pelos promotores de ser o chefe da organização criminosa e principal beneficiado com o esquema de recebimento de propinas pagas pelas empresas responsáveis pelas obras nas escolas estaduais.

Nesse processo, o ex-governador é acusado de corrupção e organização criminosa. Para a defesa, a prisão de Richa, em março deste ano, foi decretada “com objetivo de ordem política, visando-se ‘assassinato de reputação moral’ e destruição de imagem pública perante o eleitorado paranaense”.

O juiz respondeu a defesa e lembrou que o “ex-governador foi preso por três vezes: na Operação Rádio Patrulha, Operação Piloto e também pela Operação Quadro Negro”. Duas delas foram decretadas por Fernando Fischer.

Ele afirmou também que na “Quadro Negro a prisão foi confirmada em segunda instância e que houve voto de um desembargador do Tribunal de Justiça confirmando a decisão”.

Fischer disse que independente da manutenção das prisões, o número de manifestações judiciais pela prisão do ex-governador, por si só, afasta o argumento de pessoalidade ou perseguição do juiz.

A resposta de Fischer sobre os questionamento de Richa foi dada na mesma decisão na qual o juiz confirma todas as denúncias apresentadas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra o ex-governador e os outros cinco réus nesse processo.

O juiz decidiu ainda dar prosseguimento ao processo que o ex-governador tentou anular.

O que diz a defesa

A defesa de Beto Richa afirmou que ele não cometeu nenhuma irregularidade e que sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos.

O advogado disse também que as fraudes na construção e reformas de escolas estaduais foram descobertas e denunciadas pela própria gestão de Richa e que, por orientação dele, foram todas medidas cabíveis contra os autores dos crimes no âmbito administrativa.

G1PR