Paula Bombonatto. Foto: Divulgação

Nesta quinta-feira (03) tem início a XVI Mostra de Circo Social e IX Festival Nacional de Circo em Toledo. O evento contará com diversas apresentações, oficinas, shows e exposições até a outra terça-feira (08). Dentro dessa programação, na quinta-feira ocorre a abertura da Exposição “Figurinos e Matérias de Jornal”, às 20h, no Teatro Municipal e no sábado tem a apresentação “O Circo em Sua Época de Ouro” no Parque Ecológico Diva Paim Barth às 20h. 

Sabe o que essas apresentações têm em comum? Resposta: a curadoria, participação e direção da coordenadora pedagógica do Circo da Alegria, Paula Bombonatto. Resgatar os 30 anos de história do Circo da Alegria e não mencionar essa profissional seria negar a própria história desses jovens que tiveram sua realidade transformada com a magia circense. 

Como a própria Paula Bombonatto diz, a história dela com o Circo da Alegria começou dentro de casa. Filha de uma das idealizadoras do programa, a pedagoga Tânia Piazzetta, Paula acompanhou desde criança a trajetória da mãe enquanto seguia seu rumo pela seleção de ginástica rítmica de Toledo, a qual era atleta de rendimento e chegou a treinar na Rússia por conta disso.

Paula Bombonatto. Foto: Divulgação

Família no Circo – “Enquanto eu viajava pra competir, minha mãe viajava com o circo, mas eu sempre acompanhava de longe. Era até difícil para mim, não conseguia entender muito bem como era ter uma mãe trabalhando no circo. Uma mãe que era palhaça. Isso era muito novidade para mim, sabe? Com certeza foi uma coisa que marcou muito na minha vida, porque assim que eu saí da ginástica, fiz meus primeiros contatos trabalhando com o circo. Fui voluntária no circo, devia ter uns 16 ou 17 anos. Fui estagiária e depois entrei pra trabalhar com circo em outros municípios até assumir o concurso em Toledo no Circo da Alegria. E agora já se vão aí 11 anos”, resume Paula, hoje com 37 anos.

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Mas a referência familiar no circo não se resume só com a mãe, o padrasto, Dado Guerra é o atual coordenador do Circo da Alegria e o filho Raul Vitor Bombonatto de Oliveira já auxilia a mãe nas aulas e é atirador de facas no espetáculo, além de outros familiares e pessoas próximas. “Já dá pra entender mais ou menos a relação com o Circo da Alegria. Ela ultrapassa o profissional e abrange uma relação familiar. E também de muito carinho pelo projeto”, comenta e lembra que as histórias de circo também eram frequentes nas falas do avô e da avó, que ajudavam nas atividades, na costura de figurinos, montagem de adereços, cenários e outros detalhes que fizeram parte da formação da artista.

Paula Bombonatto. Foto: Divulgação

Divisor de águas – Paula teve que provar seu valor dentro da Escola Municipal Anita Garibaldi, onde funciona o Circo da Alegria, pois para muitos, o fato dela ser da terceira geração no circo teria sido o único motivo para assumir esse papel. A experiência familiar favoreceu o entendimento sobre as rotinas, os espetáculos e a vida do circo. Mas a faculdade de Educação Física e os vários anos dedicados profissionalmente à ginástica rítmica trouxeram a bagagem teórica para poder organizar os processos e as atividades no circo. 

“Tendo uma bagagem já na ginástica, já me ajuda muito dentro do circo, porque boa parte das matérias tem algumas semelhanças, tanto das atividades acrobáticas, quanto das contorções. Então muita coisa eu trouxe da ginástica. O sucesso do nosso trabalho se deve a essa junção, tanto da parte física, dessa parte técnica do circo, quanto da sensibilidade para perceber os problemas aqui dentro do espaço. As crianças que a gente atende tem a questão da vulnerabilidade. Eu cresci vendo isso de longe e depois aqui. Acho que isso também faz com que o meu trabalho dê certo, pois parte do circo é só uma ferramenta para poder trabalhar neles a questão da cidadania, da autoestima, entre outras questões”, relata Paula.

Quando entrou para o Circo da Alegria logo percebeu diferença nos métodos de trabalho e logo começou a sugerir as mudanças. Uma delas é relacionada à divisão de turmas, que passou a ser por faixa etária. Os conteúdos também passaram a ser por grade e divididos por semestres. Avaliações das crianças são realizadas para acompanhar o desenvolvimento das atividades. O conjunto da obra fez Paula Bombonatto realizar trabalhos de excelência com os alunos. Espetáculos que tiveram uma construção coletiva, mas sempre com um olhar profissional.

Paula Bombonatto, o palhaço Chukito e elenco de espetáculo. Foto: Divulgação

O coordenador do Circo da Alegria rasga elogios para Paula Bombonatto. “O trabalho que a Paula desenvolve aqui no Circo da Alegria melhorou, e muito, a questão estética dos espetáculos, visual, as coreografias, sempre com trabalho coletivo, com grande número de crianças fazendo o mesmo número. Isso é uma coisa que enriquece muito os shows. É muito difícil de trabalhar com muita gente, mas ao mesmo tempo quem consegue fazer isso – e são poucas pessoas que conseguem – é um trabalho muito rico. A Paula consegue colocar muita gente em cena fazendo no mesmo tempo, isso é um grande desafio para quem trabalha com o circo”, enaltece Dado Guerra.

O Circo em Sua Época de Ouro – O espetáculo “O Circo em Sua Época de Ouro” será apresentado no próximo dia 05, no Parque Ecológico Diva Paim Barth às 20h. A montagem já foi apresentada em 2019 e retorna agora, após a pandemia, mostrando uma época onde tudo era diferente. Fala desde a Maria Fumaça, o transporte de materiais, dos animais, de artistas e de como era o circo naquela época. A figura do narrador e de pessoas diferentes fizeram parte desse momento. Mas muita coisa mudou e esse trabalho de pesquisa e construção coletiva será apresentado pelos alunos do Circo da Alegria sob a direção de Paula Bombonatto.

Fonte: Decom/Pref. de Toledo