Com longa passagem pelo sistema prisional, a criminosa se ausentou da comarca onde foi condenada e veio para Toledo
Por Fernando Braga
A prisão de uma mulher realizada na noite passada pela Guarda Municipal chama a atenção para algo preocupante que está acontecendo em Toledo, a debandada de criminosos que deixam suas comarcas de origem, onde enfrentam problemas com a Justiça, e migram para a Capital Paranaense do Agronegócio.
Todos que vêm de fora, seja de outras cidade ou estados, e até mesmo de outros países, são bem-vindos em Toledo, cidade acolhedora, fundada e construída por pessoas de diversas naturalidades e nacionalidades. Entretanto, como em qualquer outro lugar, as boas-vindas são para quem chega disposto a trabalhar, estudar, investir ou de qualquer outra forma dar sua contribuição ao desenvolvimento local, de maneira honesta e ordeira.
Infelizmente, o que percebemos no momento atual é uma constância de prisões realizadas pelas forças de segurança, de forasteiros que aqui se dedicam à prática criminosa ou que para cá vêm como foragidos da Justiça. Entre os exemplos mais recentes, temos duas prisões efetuadas pela Guarda Municipal.
Na última sexta-feira (14), Adriano Pedroso Monteiro, de 40 anos, foi preso por praticar furtos no terminal rodoviário e por ameaçar com uma faca os funcionários da administração, que tentaram impedir a ação do marginal. Ele é andarilho, veio de Cascavel e acumula diversas passagens pela polícia.
>> Leia mais em Vídeo mostra ladrão ameaçando pessoas com faca na rodoviária de Toledo.
Na noite desta terça-feira (18), foi a vez de Cláudia Ferreira de Carvalho, que também é de Cascavel, ser presa por guardas municipais. A mulher, que possui 40 anos, estava entre as pessoas que buscavam abrigo na Casa de Passagem de Toledo. O guarda municipal que estava de plantão durante a noite percebeu que ela era novata entre aqueles que se apresentam para passar a noite no local. Como de praxe, solicitou sua identificação e, ao obter o nome da mulher, checou o banco de dados sobre mandados de prisão, descobrindo que se tratava de uma foragida da Justiça.
Por volta das 21h30, o agente da GM solicitou apoio e uma equipe da corporação se dirigiu ao local. Em seguida, Cláudia recebeu voz de prisão e foi conduzida pelos guardas municipais à 20ª SDP, onde foi ouvida antes de dar entrada na cadeia local.
A Gazeta de Toledo consultou os órgãos de segurança pública e constatou que a mulher possui condenação por furtos e tráfico de drogas. A unificação de pena, da qual tem que responder, foi expedida em maio deste ano pelo Juízo da Comarca de Cascavel. Ela deveria comparecer ao Fórum para uma audiência, mas não foi, optando por deixar a cidade, tornando-se foragida.
Constatamos também que a mulher possui longa passagem pelo sistema prisional e deu entrada várias vezes no cárcere. Aproveitando o momento em que se encontrava em liberdade, ela veio para Toledo e foi descoberta, retornando para a prisão. A Casa de Passagem, onde foi presa, é um local de acolhimento mantido pela Prefeitura de Toledo. Funciona para dar abrigo a pessoas em vulnerabilidade social ou que por ventura estejam em situação de risco, como mulheres vítimas de violência doméstica que não têm para onde ir, idosos vítimas de abandono e moradores de rua que buscam ajuda para se reestabelecer.
A Casa de Passagem é um importante equipamento social, que oferece aos seus usuários, entre outros serviços, atendimento médico e encaminhamento para o mercado de trabalho. Mas ao que parece, nem todos buscam no local o resgate social de que necessitam, uma vez que muitos andarilhos utilizam o recinto apenas para pernoitarem. É importante que a administração pública separe o “joio do trigo” e providencie acolhimento a quem realmente necessita. Por esse motivo, destacamos novamente a ação da Guarda Municipal de Toledo.
A GM está cumprindo com competência, e notoriedade, sua função. Resta saber o que as demais representações do Poder Público farão para minimizar a vinda dos desocupados, entre eles delinquentes, e a permanência na cidade deste grupo que voltou a crescer em Toledo, oferecendo risco para a população.