Dilceu Sperafico. Foto: José Fernando Ogura/AEN

Por Dilceu Sperafico*

Como a economia de Toledo, do Oeste do Estado e do Paraná, abrangendo geração de empregos, riquezas, oportunidades de investimentos, tributos e bem-estar social, está baseada no agronegócio, incluindo produção, transformação e exportação de alimentos e matérias-primas, o eleitorado do município e região, especialmente, precisa levar em consideração anseios e necessidades do produtor e trabalhador rural, na escolha de seus candidatos no pleito eleitoral deste ano.

Mesmo sendo pessoas urbanas, sem ligação com a agropecuária, dependem do desempenho de atividades do campo não apenas na hora de se alimentar, pois a maioria dos empregos, rendas, recursos do poder público e oportunidades de negócios, gerados por segmentos produtivos urbanos, como indústria, comércio e setor de prestação de serviços, estão todos vinculados aos resultados alcançados pelo agronegócio local, regional e estadual.

Não por acaso, por exemplo, todos os consumidores, de todas as classes sociais, têm reclamado muito da elevação dos preços de alimentos, bebidas e demais bens de consumo doméstico, nos supermercados e lojas da cidade, como reflexo da pandemia de Covid-19, guerra entre Ucrânia e Rússia e crise política e econômica mundial, com elevação da inflação, do desemprego e perda de rendimentos de parcela considerável da população de todo o planeta, agravadas pela redução da oferta de grãos e proteínas animais no mercado internacional,

Menos mal que no nosso caso, apesar dos preços elevados, devido à elevação de custos da agropecuária, como insumos e combustíveis, não faltam alimentos para quem pode adquiri-los, graças à grande e diversificada produção da região e do Estado e à extensão, qualidade, tecnologia, diversificação e sustentabilidade do agronegócio brasileiro. Dessa forma, está sendo muito competente, inclusive no enfrentamento e superação gradativa da crise mundial, garantindo a sobrevivência e o bem-estar da população regional, estadual e nacional.

Na safra 2021/2022, apesar de adversidades climáticas, a produção agrícola nacional está estimada em 271,2 milhões de toneladas, 14,5 milhões a mais do que na colheita anterior, o maior volume em 46 anos, desde que a série histórica começou a ser apurada, conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A dificuldade se deveu à estiagem nos Estados do Sul e parte do Mato Grosso do Sul, com redução da produção de soja.

As perdas da primeira safra de milho, que somou 24,9 milhões de toneladas, foram recuperadas na segunda colheita, com 86,1 milhões de toneladas e incremento de 41,8% sobre o ciclo anterior, totalizando 113,2 milhões de toneladas na safra do cereal 2021/2022. No caso do arroz, a colheita foi de 10,8 milhões de toneladas, com diminuição em relação a 2020/21, em razão da redução da área de plantio. No trigo, a Conab projeta produção recorde, de 9,4 milhões de toneladas na safra deste ano.

Com isso, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA), do País de 2022, com base em informações de agosto, deverá somar 1,2 trilhão de reais. Em relação a 2021, o VBPA das lavouras apresenta acréscimo de 1,7%. No complexo soja, as exportações de janeiro a julho deste ano geraram 43,78 bilhões de dólares e de carnes 14,6 bilhões de dólares. Os resultados destacam o Paraná, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, com 642,9 bilhões de reais ou 53,2% do VBPA do País.

*Por Dilceu Sperafico é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado.

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br