Dom João Carlos Seneme, Bispo da Diocese de Toledo. Foto: Divulgação

O texto deste domingo (13/03) relata a transfiguração de Jesus diante dos discípulos. O acontecimento precede o início da viagem final de Jesus a Jerusalém, onde acontecerá sua paixão. É um pré-anúncio da Páscoa:  Jesus, antes da paixão, se revela no esplendor da sua futura ressurreição e revela a sua identidade como Filho de Deus.

A transfiguração de Jesus não é um ato isolado. Ele mostra que há sempre a presença do divino na humanidade. A transfiguração de Deus é consequência da sua vida: sua bondade, compaixão, autenticidade, liberdade, missão e relacionamento com o Pai. A transfiguração é reflexo da sua humanidade.

“A transfiguração nos diz quem era realmente Jesus e quem somos realmente cada um de nós. Ela nos revela também nossa identidade e nos faz caminhar em direção à nossa própria humanidade. Por isso, a pessoa transfigurada é uma pessoa profundamente humana. Tudo o que é autenticamente humano é transparência de Deus” (Pe. Adroaldo Palaoro).

Lá na planície há sinais de rejeição a suas palavras, os discípulos começam a sentir medo. Jesus também sente que precisa da proximidade com o Pai, por isso a importância da oração na intimidade com o Pai. Moisés e Elias, representantes qualificados do Antigo Testamento, confirmam a missão de Jesus. A voz do Pai também confirma a missão de Jesus: “Este é o meu Filho, o escolhido. Escutai o que ele diz”. Os discípulos não compreendem tudo o que acontece, somente sentem que é um momento de paz e é bem melhor do que os ataques que vêm recebendo: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas”.

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Mas a vida concreta está na planície. É preciso “descer” para ajudar as pessoas a “subir” e descobrir a centelha divina que há todos nós. Os discípulos devem seguir Jesus, fazer com Ele o caminho de Jerusalém, que passará pela cruz.

O relato da transfiguração é colocado no período da Quaresma para mostrar a necessidade da busca de Deus que se encontra na contemplação e na oração. É só assim que será possível enfrentar os desafios da vida de cada dia: a experiência de Deus na oração sustentará a missão dos discípulos de anunciar a todos quando Jesus ressuscitar dos mortos. Também nós devemos aprender com o evangelho: devemos subir ao monte da transfiguração para, depois, descer à planície trazendo luz para iluminar a vida.

Hoje nossa missão é tornar presente a transfiguração da humanidade, descobrir nossa verdadeira identidade: somos criaturas de Deus, vocacionados para a vida em abundância. Precisamos transformar a realidade que nos cerca em sinais de fraternidade, paz, atentos às necessidades dos que sofrem.

A Campanha da Fraternidade 2022: Fraternidade e Educação é uma ação concreta para provar nossa conversão: é um caminho que promove o desenvolvimento pessoal integral, a formação para a vida fraterna e para a cidadania.

A CF 2022 nos provoca a colocar a educação no centro de nosso olhar e transformar a educação em projeto de vida acentuando também sua dimensão integral e humanista.

Dom João Carlos Seneme, css

Bispo de Toledo