Foto: Sistema FAEP

Da Redação

Conforme estamos divulgando desde a semana passada, a ministra da Agricultura cumprirá agenda na região Oeste do Paraná para conferir as perdas nas lavouras, oriundas da mais severa crise hídrica enfrentada pelo Sul do País nas últimas décadas.

Acompanhada por técnicos do Ministério da Agricultura, Tereza Cristina visitará propriedades rurais e participará de encontro com produtores e lideranças do agronegócio. A passagem da ministra pela região inclui uma agenda em Cascavel, mas antes mesmo de sua chegada ao Paraná, os técnicos do Mapa já estão fazendo levantamentos e avaliando os estragos que a seca vem provocando na agricultura, sobretudo nas culturas da safra de Verão 2020/2021.

Nessa quarta-feira (12), dia que antecede a vinda da ministra ao Paraná, representantes do Mapa estão em missão técnica na cidade de Toledo, onde o prejuízo com a estiagem ultrapassa R$ 733 milhões.

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O objetivo da missão, que percorre diversos municípios paranaenses, é realizar um levantamento das consequências da seca nas principais regiões, coletar dados de perdas e conhecer as atividades com dificuldades. A missão técnica pretende também ouvir propostas de medidas de apoio aos produtores rurais afetados e já passou pelas regiões de Guarapuava, Pitanga e Campo Mourão.

No Oeste do Paraná, além de Toledo, os representantes do Mapa também participam de reuniões em Palotina, Medianeira e Missal, concluindo a missão em Cascavel, onde Tereza Cristina deve chegar nesta quinta-feira (13). A ministra deverá visitar algumas propriedades pela manhã e se reunir com lideranças da região no período da tarde.

A comitiva do Mapa percorre o Paraná até sexta-feira (14), e está acompanhada por representantes da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP) e de outras entidades representativas do agronegócio estadual.

Perdas bilionárias

O prejuízo à safra paranaense já é uma realidade, de acordo com projeções do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab). Relatório do dia 5 de janeiro aponta que somente na cultura da soja (principal fonte de renda da agricultura na primeira safra) a perda já está na ordem de 37%. Isso significa que a projeção inicial caiu de 21 milhões de toneladas para 13 milhões de toneladas. Caso se concretize essa previsão, a perda financeira deve passar dos R$ 21 bilhões.

No milho Verão, a previsão parcial de quebra nesse mesmo relatório é de 34%. Esse percentual representa redução das 4,2 milhões de toneladas prevista inicialmente para 2,7 milhões de toneladas. Assim, é provável que os produtores deixem de receber R$ 2 bilhões.

Outras culturas, que também têm participação significativa na geração de renda ao campo paranaense, o feijão de primeira safra, que tem 100% da área plantada e 38% já colhida, a estimativa de colheita é de 107,6 mil toneladas, contra 275.795 toneladas projetadas inicialmente. Em valores, a perda causada pela seca deve superar R$ 429,2 milhões.

Leia mais em CRISE HÍDRICA: Prejuízos na agricultura ultrapassam R$ 733 milhões em Toledo