Da Redação

A divulgação de que no fim da tarde de ontem, sexta-feira (07), a Secretaria Municipal de Saúde de Toledo confirmou o primeiro caso de Flurona em Toledo, causou grande repercussão e preocupação entre os moradores, e por isso trazemos de maneira mais detalhada as informações a respeito dessa nova condição de contaminação, registrada pela primeira neste ano em Israel.

Leia mais em Toledo confirma primeiro paciente com Flurona

A chamada dupla contaminação é constatada quando os dois testes – para gripe e para Covid – dão positivo. Ela foi apelidada de “Flurona”. O termo foi criado a partir da palavra “flu” (gripe, em inglês) e “rona” (de coronavírus), mas não designa um novo tipo de doença, apenas uma forma simplificada de se referir à ocorrência simultânea de contaminações.

No Brasil, além do Paraná, pelo menos 15 estados e o Distrito Federal registraram casos de Flurona. O levantamento feito pela Gazeta de Toledo mostra que São Paulo é o estado com o maior número de infecções simultâneas até o momento. Em nossa pesquisa, encontramos ao menos 110 casos da dupla contaminação em pacientes paulistas, registrados até a última quinta-feira (06). Na mesma data, os menores índices estavam em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte, que possuíam apenas um caso registrado em cada estado. No Paraná, de acordo com informações divulgadas neste sábado pela SESA (Secretaria Estadual de Saúde), são três os casos confirmados: um em Toledo, um em Curitiba e um em Pinhais.

Em entrevista à Rádio Nacional em 04 de janeiro, o virologista e professor da Universidade de Brasília (UnB), Bergmann Ribeiro, explicou que a Flurona não é uma doença específica, e que a coinfecção com dois vírus não é rara na medicina. Ele acrescentou que os sintomas da Covid e da gripe influenza são semelhantes, e só mesmo um exame de laboratório pode confirmar casos de Flurona.

Já os sintomas de uma dupla infecção não são necessariamente mais graves, e podem até ser leves, mas isso depende da imunidade de cada pessoa. Na entrevista, o virologista apontou os cuidados que se deve ter para evitar o duplo contágio, como o uso de máscaras e distanciamento social.

Bergamnn Ribeiro também relatou que, com as festas de fim de ano e a não obrigatoriedade de uso de máscaras em ambientes externos, o contágio subiu naturalmente – e a isso também podemos acrescentar as viagens ocorridas nesse período, como visto no primeiro caso registrado em Toledo, cujo paciente, um menino de 10 anos, possui um histórico de viagem recente. À rádio, o médico informou ainda que a redução do número de vacinados contra a gripe também é uma das causas para o registro de casos de Flurona no Brasil.

Segundo o programa da Rádio Nacional, o primeiro caso de Flurona neste ano foi detectado em Israel, em uma mulher grávida não vacinada, de acordo com o Ministério da Saúde daquele país. Ela recebeu alta em 30 de dezembro, depois de tratada com sintomas leves e logo após foi confirmada a dupla contaminação. Entretanto, os primeiros casos de Flurona já tinham sido detectados nos Estados Unidos em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19.

Para entenderemos melhor a condição de dupla contaminação, seus efeitos e as precauções, preparamos uma explicação com perguntas e respostas.

O que é a dupla contaminação?

Ela acontece quando os dois testes – para gripe e para Covid – dão positivo.

A dupla contaminação é normal?

De acordo com alguns médicos, ter uma contaminação dupla (por dois vírus) não é algo raro e quando temos duas epidemias simultâneas, a chance de positivar os dois vírus é grande.

O paciente com essa condição pode ter um quadro pior de saúde?

Essa condição pode comprometer a saúde de pessoas que já são imunocomprometidas, mas, em geral, a dupla contaminação não significa que o paciente necessariamente terá quadro mais grave.

Como podemos nos proteger?

Os dois vírus são respiratórios. As medidas de prevenção continuam as mesmas: usar máscara, vacinação, distanciamento social e higiene das mãos.

Como identificar se a contaminação é dupla?

Por causa da semelhança dos sintomas, as duas infecções podem ser inicialmente confundidas. A única forma de identificar é fazendo os testes para Covid-19 e influenza. Alguns sinais podem ajudar a diferenciar as doenças.

Os sintomas da influenza, de maneira geral, são quadro súbito de febre alta, dor de garganta e um intenso mal-estar. Já a Covid, chega de maneira discreta, com sintomas mais marcantes depois de sete dias.

Sintomas da gripe (influenza)

A gripe, como é chamada a infecção pelo vírus influenza, apresenta sintomas agudos logo nos primeiros dias da doença.

Febre alta;

Calafrios;

Dores musculares;

Tosse;

Dor de garganta;

Intenso mal-estar;

Perda de apetite;

Coriza;

Congestão nasal (nariz entupido);

Irritação nos olhos.

Sintomas da Covid-19

Já nos casos de Covid-19, a doença começa a evoluir a partir do 7° dia, podendo ou não levar a um quadro de insuficiência respiratória.

De acordo com pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, os sintomas da ômicron são “diferentes” das cepas anteriores do coronavírus e incluem:

Dor de garganta;

Dor no corpo, principalmente na região da lombar;

Congestão nasal (nariz entupido);

Problemas estomacais e diarreia.

No Brasil, as variantes delta e gama ainda são predominantes. Seus sintomas podem incluir:

Perda de olfato e paladar;

Dor no corpo;

Dor de cabeça;

Fadiga muscular;

Febre;

Tosse.