Dilceu Sperafico. Foto: Assessoria

Por Dilceu Sperafico*

Segurança alimentar e/ou garantia de oferta de alimentos para toda população nacional, inclusive para as festas natalinas e de final de ano, mesmo com clima adverso, estão entre os maiores desafios do agronegócio brasileiro, que para o bem-estar de consumidores e orgulho de produtores, vêm sendo cumpridos com excedentes para exportação e a obtenção de grandes superávits na balança comercial do País.     

A importância econômica da agropecuária vai além da produção, transformação, distribuição e exportação de produtos oriundos do campo, favorecendo todo o País, pois sua contribuição é ainda maior para o bem-estar da população rural e urbana, garantindo emprego, renda e segurança alimentar aos cidadãos, através da oferta de alimentos de qualidade e diversidade e a custos acessíveis à maioria dos consumidores.

Conforme especialistas, hoje a produção de grãos, carnes, derivados e matérias-primas do País, que somou mais de 871 bilhões de reais em 2020, seria suficiente para alimentar cerca de um bilhão de pessoas, enquanto a população nacional está estimada em pouco mais de 210 milhões de habitantes, o que explica os crescentes superávits na balança comercial, gerando recursos para reservas estratégicas e investimentos do Poder Público, além da movimentação dos demais segmentos produtivos.

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Para avançar tanto nesse desempenho nas últimas quatro décadas, o agronegócio brasileiro passou por verdadeira revolução através da pesquisa científica, especialmente a partir da criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que desenvolveu novos métodos de produção e novas tecnologias para o campo. Assim, o Brasil se tornou um dos principais produtores de alimentos do mundo e, consequentemente, importante fornecedor de segurança alimentar.

Para se ter ideia da diversidade da produção agropecuária do País, basta lembrar que atualmente se trata do maior exportador mundial de café, suco de laranja, açúcar, complexo soja (grão, óleo e farelo), além de carnes e derivados de frangos, suínos e bovinos. O País também ocupa a segunda posição mundial na exportação de milho, a terceira na de algodão e a quarta na comercialização de excedentes de carne suína.

Graças à moderna tecnologia, somada à competência e dedicação dos produtores e trabalhadores rurais, fertilidade do solo, abundância de recursos hídricos, clima e topografia favoráveis e extensão territorial, o Brasil vem produzindo cada vez mais, com ganhos em produtividade que permitem redução proporcional dos preços da alimentação. Conforme especialistas, a maior acessibilidade aos alimentos se deveu à produção em larga escala e ao apoio da tecnologia.

Na prática, aconteceu no agronegócio o que ocorre em outras atividades econômicas, como as industriais, que quando modernizam a produção por meio da tecnologia, conseguem reduzir os custos de seus produtos. Isso beneficia toda a economia, porque há produtos agropecuários que não são usados apenas e diretamente na alimentação humana.

O grão de soja também alimenta animais, para depois virar proteína e chegar à mesa dos consumidores. Algo semelhante acontece na produção de biocombustíveis, cosméticos, remédios e outros produtos derivados de leguminosa. Há também a transformação da soja em óleo de cozinha, que é o mais consumido no País, até por ser mais barato, exatamente porque o grão e seus subprodutos são produzidos em larga escala.

*Dilceu Sperafico é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br