Sthael Alessi, Andressa Previatti e Allana Brum. Foto: arquivo pessoal

Por Marcos Antonio Santos

Nesta sexta-feira, 8 de março, celebra-se mundialmente o Dia Internacional das Mulheres. A data comemora as importantes conquistas sociais das mulheres, por exemplo, o direito de votar e o fortalecimento do empreendedorismo feminino. Em Toledo temos vários segmentos em que as mulheres empreendedoras estão à frente.

ARQUITETURA – A arquiteta Sthael Alessi comenta que é muito bom ser uma empreendedora e descobrir a cada dia, que ela pode fazer diferente. “Empreender não é para todo o mundo, é preciso estar no sangue, e eu me considero uma mulher empreendedora. É muito bom e gratificante ser empreendedora”, afirma.

Sthael tem duas formações: analista de sistemas, da qual foi uma profissão que ela não se identificou; trabalhou no Fórum de Cascavel e de Toledo; e quando começou a trabalhar em um escritório de engenheira descobriu a paixão pela arquitetura, se formou e começou a empreender e colocar em prática cinco anos que estudou em arquitetura e urbanismo. “Hoje, estou com a nossa empresa, a Escala Perfeita Arquitetura e Engenheira, e estamos muito bem, e empreender é isso; lidar com o novo e os desafios todos os dias, e colocar na cabeça que eu vou vencer um de cada vez. Seja um desafio financeiro, profissional, pessoal, juntos vamos resolver um a cada dia”.

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Além de Sthael, a Escala Perfeita tem a participação de mais duas sócias: a engenheira civil, Andressa Previatti, e a arquiteta Allana Brum.  “Somos um time feminino e uma complementa a outra, por mais que tenhamos formações semelhantes, e são duas arquitetas, temos habilidades diferentes e gostamos de ramos diferentes.  E a engenheira civil, Andressa, completa tudo isso na hora de projetar uma casa, uma sala comercial, e junto com o meu conhecimento e da Allana para desenvolver o projeto arquitetônico. A Andressa faz toda a parte funcional, que é o elétrico, hidráulico e estrutural”, conta Sthael Alessi.  

Ana Paula Bosco, é da Lilibeth, confecções de uniformes. Foto: arquivo pessoal

CONFECÇÕES – Ana Paula Bosco é empreendedora do ramo de confecções de uniformes, para ela o maior desafio da mulher empreendedora é que elas desenvolvem diversos papéis. “A mulher tem o perfil de ser mãe, filha, esposa, e quando agrega o papel de empreendedora, passa 24 horas por dia somando esses papéis”.

DESAFIO – “Vejo que um dos maiores desafios da mulher é a gestão da rotina, porque querendo ou não quando se começa a empreender é algo que toma conta da sua vida 24 horas por dia, é o tempo todo. Todas as decisões, o que você faz está pautado na sua rotina dentro do empreendimento que foi escolhido, e essa gestão da rotina que envolve o lar, a empresa é um dos maiores desafios, hoje, principalmente porque temos uma rotina mais intensa, querendo ou não cada minuto conta, então essa questão do tempo, de ter vários papéis, fazer a gestão de tudo é um grande desafio”, afirma Ana Paula.  

 A costura faz parte da família de Ana há muito tempo e foi pela tendência do mercado que a sua empresa, Lilibeth, começou no setor do segmento de confecção de uniforme empresarial. “A minha mãe é sócia e ela tem a bagagem da parte técnica de costura e operacional, quando eu fiz a proposta para ela foi justamente com esse olhar, de ver que existia essa demanda de mercado, uma oportunidade de negócio, porque esse mercado ainda não supri. O trabalho da confecção no Brasil sofre algumas dores, a nível nacional, não somente local, e vimos uma oportunidade de estar empreendendo, implantar um negócio novo. Eu trabalhava em outra área, contábil, e fiz uma mudança total de setor de atividade, e mudar para esse setor dos uniformes foi um desafio bem diferente e realmente foi visando uma oportunidade de mercado, que ainda tinha uma lacuna. Nestes três anos e meio que estamos com a empresa percebemos os ajustes que precisávamos fazer, se moldando para as necessidades do mercado para que possamos permanecer”.   

TABUS – Essa data simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens. Inicialmente, essa data remetia à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, simboliza a luta das mulheres não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo e a violência.

Ana Paula menciona que dentro do universo empresarial as mulheres têm desafios que os homens não enfrentam. “O trabalho para a mulher acaba sendo muito mais exaustivo, é como se tivéssemos provar duas vezes a nossa capacidade, de ser capaz de cumprir aquele dever. A mulher tem que buscar o espaço dela no que tange ao direito, igualdade, reconhecimento e ao respeito no universo empresarial. A preocupação deve estar pautada no papel de direito e respeito. Ainda existe situações que a mulher tem que fazer acontecer de forma mais difícil, pelo fato de ser mulher”, diz Ana Paula.

Para Sthael Alessi, ainda existem muitos tabus. “Deparamos com eles todos os dias, seja na nossa profissão que trabalhamos mais com uma parte mais masculina, temos muitos tabus. Mas faz parte do empreendedorismo, cada vez que encontramos um tabu, a gente tenta lidar de uma maneira diferente”.

COMEMORAÇÃO DO 8 DE MARÇO – Sthael Alessi enfatiza que não somente o Dia Internacional da Mulher tem que ser comemorado, mas todos os dias. “Todos nós, perante Deus, somos iguais. Todos os dias têm que ser para todas as pessoas. Este 8 de março, que é um marco, tem que ser comemorado, sim”.

Para Ana Paula Bosco, o Dia da Mulher tem que ser comemorado com o olhar de reverência. “Existem mulheres que abriram caminhos, que brigaram pela igualdade de direitos. Temos grandes mulheres que se colocaram à frente e lutaram para que nós tivéssemos nosso espaço, pudéssemos ter a nossa liberdade. Estamos em um país privilegiado dentro da democracia que vivemos e da hierarquia da legislação que temos.  Conseguimos conquistas, mas temos muitos países que a mulher não tem voz, não pode opinar e trabalhar. Manter essa data nos fazer lembrar que temos um passado de muita luta e batalha, e isso não pode ser esquecido. A mulher tem que ter essa data como um marco extremamente importante, se, hoje, eu empreendo e tenho liberdade foi pelo motivo que grandes mulheres abriram esses caminhos”, avalia Ana Paula.

Maristela Alén é do Tio Zé Restaurante e Marmitex. Foto: arquivo pessoal

RESTAURANTE – Maristela Alén é uma das proprietárias do Tio Zé Restaurante e Marmitex, ela disse que o maior desafio para a mulher empreendedora é conciliar a vida profissional com a pessoal.

Ela começou a trabalhar em casa, informalmente, para complementar a renda da família. “Aos poucos as necessidades de ter um lugar se tornou eminente. No restaurante somos em nove mulheres. Eu penso que o tabu é algo pessoal. Eu nunca tive tabu, são superações individuais”, afirma Maristela Alén, que para ela, o Dia Internacional da Mulher tem que ser comemorado, sim, “é uma conquista”.