Não importa o tamanho da empresa, segmento de atuação ou localidade, fazer a sua empresa crescer ou trabalhar pela manutenção de seus negócios é sempre um desafio na
realidade brasileira. Uma pesquisa feita pela CNDL
(Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC
Brasil (Serviço de Proteção ao C rédito) em parceria com o
Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas) revela que 96% dos empresários brasileiros
avaliam que a alta carga tributária e a complexidade do
sistema de arrecadação representam uma barreira para o
desenvolvimento de seus negócios. A queixa se sobressai,
principalmente, na tributação sobre a fabricação e venda de
produtos ou serviços, apontado por 53% da amostra como um empecilho.

Outros fatores do chamado “Custo Brasil” também são
criticados pelos empresários ouvidos no estudo, como o
excesso de burocracia para abrir, manter e fechar empresas e
também na contratação e dispensa de funcionários (49%). Já
44% veem os altos juros como um empecilho para o
crescimento de seus negócios e 41% reclamam do alto custo
para empregar devido à tributação da folha de pagamento. A dificuldade para obter crédito é mencionada por 21% da
amostra.

A pesquisa, que teve como objetivo identificar possíveis
entraves para o crescimento das empresas, integra o convênio Políticas Públicas 4.0 (PP 4.0), firmado entre o Sistema CNDL e o Sebrae, e pretende coletar insumos para a proposição de
políticas públicas que contribuam para a melhoria do ambiente de negócios no país e, consequentemente, apoiem o
desenvolvimento do varejo.

“A alta taxa de impostos diminui a lucratividade e dificulta a sobrevivência do negócio, especialmente em seu início e
durante a fase de consolidação. A burocracia torna as empresas lentas e pouco competitivas, os juros excessivos inibem a
tomada de crédito e os investimentos, e prejudicam
diretamente a capacidade produtiva”, observa o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), José
César da Costa.
 
Para maioria, condições da infraestrutura, mobilidade e segurança pública, também são barreiras para o
crescimento das empresas

De acordo com o estudo, 62% dos empresários também
apontam que aspectos relacionados à infraestrutura do
país impactam negativamente o crescimento da empresa,
sendo as áreas mais mencionadas as rodovias e estradas
(30%), a conectividade a internet (22%), o sistema de Correios (22%) e a qualidade da telefonia (20%).

Já as deficiências na segurança pública são problema para os negócios a opinião de 71%, em virtude do risco de assalto no entorno da loja ou empresa (59%), da falta de iluminação
adequada para o período noturno (27%) e da presença de
moradores de rua nas imediações do negócio (22%). A gestão
empresarial também foi colocada como um obstáculo para o
crescimento da empresa, apontado por 88% dos entrevistados. Nesse caso, as dificuldades passam pela contratação de mão
de obra qualificada (43%), a falta de dinheiro para comprar
informações sobre o mercado e clientes (26%), manter a
motivação e produtividade dos funcionários (24%) e a falta de tempo para fazer atividades operacionais e de gestão (23%).

Para 73%, a mobilidade urbana, que se refere às condições
para o deslocamento eficiente e seguro de pedestres e
motoristas nas cidades, também prejudica o crescimento das
empresas, principalmente pelas dificuldades de
estacionamento (41%), trânsito intenso (34%) e falta de
pavimentação das ruas (29%).

A pesquisa também investigou como a informalidade
atrapalha o desenvolvimento das empresas no país. Para 51% dos empresários entrevistados, o comércio informal
interfere em alguma medida nas vendas da sua empresa,
sendo os maiores obstáculos o fato de oferecerem os mesmos
produtos ou similares, porém mais baratos por não pagarem
impostos (77%). Para 25%, o maior problema é a sensação de
insegurança no entorno das lojas, por muitas vezes estarem
envolvidos com tráfico e organizações criminosas, e 20%
apontam os impedimentos no trânsito de pessoas no entorno da loja em função da aglomeração de barracas nas calçadas.
 
59% dos empresários estão otimistas com ações do

governo para aumentar as vendas do varejo

O governo federal adotou nos últimos meses medidas com o
intuito de desburocratizar a atividade empresarial, como por exemplo a MP da Liberdade Econômica, que traz medidas de desburocratização e simplificação de processos para empresas e empreendedores.

Diante de medidas como essa, 59% dos empresários
entrevistados estão otimistas com a perspectiva do atual
governo em adotar medidas para aumentar as vendas do
varejo até o final do mandato, enquanto 24% estão em
posição neutra e 16% se dizem pessimistas em algum grau.

Entre as iniciativas que o governo poderia adotar no país
para estimular o varejo, as ações com maior potencial de
impacto na avaliação dos empresários consultados seriam a
promoção de uma reforma tributária que reduza a carga de
impostos e simplifique o regime de tributação das empresas
(81%) e o lançamento de linhas de c rédito menos burocráticas com juros menores para empresas de pequeno porte (78%). O fornecimento de consultorias gratuitas para micro, pequenas e médias empresas (75%) e investimentos públicos na
segurança pública para que os consumidores circulem pelas
regiões de comércio (75%) também são medidas consideradas necessárias.

“As medidas aprovadas recentemente pelo Congresso
Nacional, como a Reforma da Previdência e a MP da Liberdade Econômica mostram a abertura de um caminho para a redução dos gastos com a máquina administrativa, a desburocratização e a simplificação do sistema tributário. Nesse cenário, as ações estratégicas de estímulo ao setor empresarial são cruciais”,
afirma Costa.
 
Metodologia

A pesquisa ouviu 601 Proprietários ou responsáveis pela
gestão de empresas dos setores de comércio varejista e serviço, situadas nos 27 estados brasileiros. Foram consideradas
empresas com pelo menos um funcionário. Baixa a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas
PP 4.0 – Com investimento total de R$ 3,7 milhões ao longo de dois anos, o projeto prevê três tipos de eventos que irão
percorrer todas as regiões do país. São encontros com objetivo de qualificar lideranças para ações de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) com foco no estímulo às articulações locais; encontros para fomento ao desenvolvimento local e
regional por meio da articulação das lideranças do varejo e
elaboração de propostas de Políticas Públicas; e encontros para mobilização empresarial para debater fundamentos essenciais ao desenvolvimento sustentável de negócios e empresas. Ao
longo do período do convênio, serão realizados 36 encontros, 12 de cada tipo.
Os fóruns são conduzidos por especialistas em cada tema a
fim de estimular o debate e a consolidação de fundamentos
essenciais aos líderes do setor de comércio e serviços, como
protagonismo, ética e associativismo. Também serão
promovidos 12 estudos e pesquisas com objetivo de embasar a formulação de políticas públicas com foco nas micro e
pequenas empresas do setor. Além disso, será desenvolvida
uma plataforma digital de articulação política – um sistema
online inédito no Brasil que permitirá acompanhar projetos,
estruturar demandas e ao mesmo tempo mobilizar lideranças e conectar atores públicos e privados. 

SPC Brasil – Há 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um
dos mais completos bancos de dados da América Latina, com
informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país. 

CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema
CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano. Fonte: SCPC- Brasil

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